sexta-feira, 28 de março de 2014

Qualidade de vida dos formandos deficientes deve ser uma aposta

O investigador Carlos Veiga defendeu, esta sexta-feira, que as instituições que dão formação a deficientes devem apostar mais em práticas que promovam a qualidade de vida no dia-a-dia, para que haja uma efectiva inclusão social.
"Devem alterar o paradigma formativo para dar mais atenção àquilo que é a qualidade de vida do quotidiano dos formandos do que, ainda que sem deixar de o fazer, às questões laborais", disse à Lusa o docente da Universidade do Minho.
Carlos Veiga coordenou um estudo sobre o impacto da integração profissional na qualidade de vida das pessoas com deficiência, hoje apresentado nas instalações da Associação de Paralisia Cerebral de Viseu, que nele participou juntamente com outras cinco instituições do país.
O estudo, que partiu de um desafio lançado pela Formem - Federação Portuguesa de Centros de Formação Profissional e Emprego de Pessoas com Deficiência, envolveu uma amostra de 36 ex-formandos (seis de cada instituição), que estão inseridos no mercado de trabalho e foi feito por uma equipa de cinco investigadores das universidades do Minho e de Évora.
O estudo mostrou que os ex-formandos têm "muitas vezes dificuldades em construir, manter e dinamizar relações de amizade significantes" e que o convívio extra laboral é normalmente "esporádico, de curta duração e sem diversificação de locais".
No que respeita às relações amorosas, "sentem muita dificuldade" em entrar nelas, sendo que apenas oito tinham namorada ou companheira. Segundo o estudo, "a maioria dos relacionamentos é de curta duração e de nível muito elementar", sendo que 78% dos ex-formandos nunca se tinha envolvido em relações amorosas.
Estes resultados levam Carlos Veiga a questionar se as políticas e as práticas das organizações formadoras "estão a cumprir o paradigma mais actual da inclusão das pessoas com deficiência, que é o acesso à qualidade de vida". "Isso significa ter uma vida autónoma, independente, com participação social e cívica. Não é entrar no mercado de trabalho, ganhar um dinheiro e a vida permanecer igual. A entrada no mercado de trabalho tem de trazer mais qualidade de vida", defendeu.
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